O futuro a Deus pertence

Não pertenço a um só lugar.
Lugar fixo já não me agrada;
O mesmo acontece com pessoas. Não sou só de uma, mas também não pertenço a ninguem. Assim como não possuo ninguém.
Antigamente já se dizia: Criam-se os filhos para o mundo.
E é isso que eu sou.. do mundo.
Uso e sou usada. Por pessoas e coisas. Minha vida é emprestada.
Se perco não recupero, Se não luto não conquisto... mas para que essa luta em 'vão' se nada que eu 'tenho' é meu?
Meus pais, não são meus.. os perdi.
Amigos, idem.. vários vão ficando pelo caminho.

Pelo menos possuo a arte de pensar e lembrar.
Levo um pouco de cada coisa dentro de mim.. que alí permanecerão até que algo os tome de volta e eu já nem lembre mais.
A vida, muitas vezes, é ingrata. Comparo como um cabide.
Pessoas são roupas, servem para algum tempo, outras gostamos mais, outras menos... passam pela sua vida e depois desaparecem.
Sinto saudades.

Estranho mesmo é sentir saudade do que se não tem.
Do que não é meu. Saudade do que já tive, saudade do que já passei.
Saudade de coisas que talvez não voltem mais.

(gostaria que os donos dos casacos voltassem por mim passar, pois assim mataria saudade de velhos amigos amassados)