Tuesday, June 19, 2007

Coisas me fazem sentir...

Sentir saudade, medo, prazer, calor, amor.
Coisas me fazem sentir também dor. Coisas que eu, de certa forma, deixo que me atinjam.
Eu mesma que luto contra essas coisas nesse exato momento deixei que isso acontecesse. Eu, mais do que ninguém, sou culpada por todo esse turbilhão de sentimentos. Eu... ninguém mais que eu permito toda essa invasão, essa solidão.. essa falta.
Essa falta que eu nem sei explicar do que.
É uma mescla de coisas que nem eu mesma sei explicar o que é, e de onde vem.

ao mesmo tempo que isso me 'come' por dentro me sinto bem.
Me sinto incomodadamente bem. Meu coração apertadamente bate, feliz.
Leio coisas antigas e vejo que eu não mudei muita coisa. Sou a mesma menina ingênua e boba de anos atrás. Sim, muita coisa mudou.. mas toda essa minha essência de ser e acreditar em coisas e pessoas não mudou. Minha doida e boba mania de pensar, sonhar e 'transcender' sozinha. Por um lado é bom.. quando quebro a cara, é sozinha que eu continuo. Ter alguém junto a mim, ao mesmo tempo que é muito bom, é muito complexo. Deixo de ser só eu. Eu sou eu e mais alguém. Não tenho apenas meus sonhos, gostos e prazeres. Deixo de ser só eu pra ser mais alguém. Estranhamente, mais um vez, me deixo levar por alguém pra cair na real de alguma forma dura e fria. Mas sem dúvida nenhuma acrescentando coisas em minha vida. Experiências, sabores, gostos, jeitos de pensar. Eu não sou mais aquela menina de anos atrás. Meses... sequer preciso ir muito longe. Eu não sou mais aquela menina que começou escrevendo a primeira palavra desse texto bobo e sentimental, no qual só tem importância pra mim. Que ninguém chega a ler.. que se perde entre mil arquivos perdidos aqui dentro.
Perdidos não seria a palavra certa. Acho que tudo oq eu passei, tudo o que fez parte da minha vida, nem que fosse por um único dia, é perdido.. ele é acrescentado na caixinha aqui dentro. É colocado de molho para que algum dia ele venha a tona sem que eu perceba.

Aí me pegarei pensando no que aconteceu, lembrando de cada detalhe único.
Do cheiro e o toque do ar no meu rosto. Do torpor que muita coisa me faz sentir.
Sentir saudade. saudade daquele tempo que não volta mais. Nem mesmo se eu estiver naquele exato lugar, com as mesmas pessoas... com o mesmo tudo. Ou mellhor, quase tudo.. pois a atriz principal, por mais saudade que tenha de reviver tudo aquilo, já não é mais a mesma.

Não sou mais aquela menina que usava calça de moletom e jogava futebol. Não sou mais aquela menina moleca que adorava ir à praia e ver a ponta dos dedos enrrugarem. Não sou mais aquela que adorava olhar o céu e ainda achava que tinha algum significado. Não sou mais aquela que ia no cinema com as amiguinhas e acabava no mc donalds ganhando o dia. Não sou mais aquela que jogava jogo da verdade, não sou mais aquela do amor platônico de escola. Não sou aquela só de sonhos. Não sou aquela com pai e mãe. Não sou aquela com tanta segurança. Não sou aquela que era;

Hoje sou aquela que usa unha vermelha, que usa saia curta e blusa provocante. Que usa calcinha branca, vermelha, preta.. ou que as vezes não usa.
Sou aquela que mesmo sendo usada, usa as pessoas, sou aquela que abusa e provoca. Sou aquela mulher que joga. Sou aquela que depois de tudo foge. Sou aquela que sustenta a própria casa, que trabalha, que vive em prol de sí mesma. Aquela que se não correr atras do que quer e acima de tudo seu futuro ninguém mais vai correr. Sou aquela que está sozinha, mas tira força sabe-se lá de onde pra continuar. Sou aquela menina que estuda, que ama estudar pois sabe que é exatamente isso que vai leva-la pra frente. Sou aquela que não tem pra onde correr e mesmo assim quer que tudo se foda. Sou aquela que gosta de ver vencer. Que pisa, que é pisada. Sou aquela que não só sonha, mas tamnbém conquista. Sou aquela mulher que dirige, que bebe, que usa droga, que ama, que se dá pra alguém, que é consumida. Que deixou de ser virgem não só de sexo mas sim da vida. Sou aquela que toma tombos e mais tombos.. e por mais que demore se levanta aos pouquinhos e vai tirando a poeira do corpo para poder continuar.

Enfim, sou a pessoa que sou e que não sou mais.
Sou a pessoa que escreveu e que vai desaparecer daqui a uma hora. Daqui a pouco. Agora.
É estranho ser um ser mutante, ainda mais envolto de devaneios. pseudo 'escritora'.
Muitas são as vezes que a folha de papel ou o teclado são meus melhores amigos e me entendem melhor do que ninguém. Até melhor do que eu mesma. Você pode encarar e chamar como quiser. Fuga, medo, introspecção.. E quer saber?
Eu estou pouco me fodendo para aquilo que você acha ou deixa de achar;
Apesar de eu ser um pouco de você e um pouco do mundo também, (acho terrível quando alguém fala que não tem nada a ver com a sua vida, pois é uma tremenda bobagem) quero que você morra. Quero que você se exploda. Você não é alguém específico. Você não é alguém que eu tenho mágoa ou raiva. Na verdade você é qualquer pessoa. Você pode ser quem você quiser e se identificar. Você não passa de 'qualquer' pessoa.

Eu sou você, mais o resto do mundo.
E ainda continuo aquela pessoa que me intriga e cai em suas contradições;
E foi assim que andei perdida dentro de mim mesma.

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